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CAPÍTULO 1 – A DESCOBERTA

Em uma pequena cidade do interior paulista, vivia um garoto pequeno e muito inteligente. Todos o olhavam desconfiado de sua aparência, pela sua idade e pela sua inteligência que superara qualquer garoto que tinha mais idade do que ele.

Na escola, a qual sua professora, Adriana, se orgulhava de dizer que começou a ensiná-lo muito novinho, nunca entendeu como aconteceu um aprendizado tão rápido. Ela observou que ele amava floresta e cuidava muito do meio ambiente, ficou muito preocupada de perceber, também, que desde seus seis anos de idade, não houve nenhuma mudança física. Era de se apavorar, porque a única coisa que crescia, eram suas orelhas.

No recreio da escola, seus colegas o chamavam de orelhas de abano ou de asas de avião, quando descem para pousar, inclinando-as para cima. O garotinho, que se chamava Gheb, sempre ficava sozinho com as imagens de pânico que enfrentara com eles.

As brincadeiras vinham de todas as partes e de todos os alunos, mas ele só se animava quando via algumas flores ou plantas. O bom é que na escola há vários vasos com plantas e eles sempre as águam de manhã. Sua única distração, neste recreio, era o vaso que ficara perto da diretoria, meio que escondido do pátio, era sempre a última que recebia a água das mãos de Gheb e por ali ficava conversando.

- O que será que está acontecendo comigo, plantinha? – Gheb chateado conversa com a planta como conversa com gente – Minhas orelhas crescem a cada dia. Agora, por quê? – Perto dali ficava Adriana que observara a todo tempo. Sempre com muita curiosidade de saber o que realmente acontece com ele. Tinha dó, tinha satisfação, mas o que mandava mesmo em si era a curiosidade de saber sobre o menininho.

A professora sabia o que todos sabiam, ele morava com Júlio e Zaneide em Manaus. O primeiro era um rapaz honesto e que ganhava sua sobrevivência cortando árvores, já Zaneide fazia trabalhos temporários e que ajudara o seu marido nos gastos da casa. Mas a vida sofrida no meio do nada, a qual tudo era caro e sem perspectiva. Então, foi quando decidiu se separar e retornou à casa de sua mãe que vivera no interior de São Paulo. Como se apegou ao garotinho, pois Gheb era um menino adotado, foi deixado quando criança perto de uma árvore onde Júlio trabalhava, trouxe-o com ela, porque sabia que lá não haveria espaço para o crescimento profissional do filho.

Gheb sentiu muito na separação e nunca conheceu sua avó, seria um grande momento para saber como era.

Quando chegou à casa da avó Alzira, que era assim que a chamavam na cidade, notou que era uma mulher muito sofrida. Seu rosto tinha buracos como nas rodovias, seu cabelo estava opaco e muito quebrado. E por fim, que foi o que fez sentir medo, foi a verruga que estagnava em seu nariz. Zaneide também se assustou com a aparência da mãe.

Ao passar o tempo, Gheb verificou que sua mãe a cada dia ficara mais fraca e em dois meses faleceu. Foi como retirar o coração dele. Agora, seu pai afastado e sua mãe morta. Teve de engolir a velha da avó, que agora colocou as manguinhas de fora.

Ao bater o sinal, Gheb vai para a sala com passos de tartaruga, porque já sabia que irá ser enxovalhado pelos colegas. E foi dito e feito.

- Olha o orelhudo! – gritou um menino do pátio.

Gheb, com os olhos com lágrimas, abaixou a cabeça e seguiu para a sala. Mas nem tudo é ruim, pois ele era loirinho, olhos castanhos e orelhinhas pontudas atraiam os olhares das menininhas que gostavam do seu jeito meigo e adocicado pela natureza.

Ao sair da escola, Gheb sempre para no jardim da casa onde mora para tratar das plantinhas, muitas vezes nem almoçava, pois se distraia e quando percebia já passou à hora de comer dada pela Alzira. Então, esperava para jantar.

- Menino, venha cá! – Gritou Alzira de dentro da casa.

- Sim.

- É sim que responde? – Alzira gritava o tempo inteiro com o garoto, além de não deixá-lo assistir televisão. O tempo passava, mas Gheb era sempre o mesmo, tanto de feição quanto de tamanho.

Quando Alzira ia reprimi-lo a única coisa que sabia fazer era puxar a orelha do garoto. Foram assim, muitos meses, muitos anos.

Gheb estava prestes a completar seus 10 anos e precisamente no dia 15 de março, Ele completou mais um ano, só que desta vez não tem seus pais para dar brilho a este dia tão especial para ele, ficava na frustração de achar que não havia ninguém neste mundo que o amasse verdadeiramente. Sua avó fez com que limpasse a casa o dia inteiro como presente. Gheb o tempo todo pedia para Deus o ajudar.

Quando esfregara o chão, percebeu que sua avó estava recebendo uma caixa dos correios e pelo vidro sujo tentou enxergar o que era, mas não conseguiu.

Por que dona Alzira faz isso comigo? Era uma pergunta que o menininho sempre se indagava sem resposta.

Atrás da porta, conseguiu visualizar, pois nas mãos da velha havia uma pedra, mais parecia um cristal, este objeto retirara da caixa que recebeu do correio.

- Ahn! Que linda! É cristal? – Gheb saindo da camuflagem em sentido a pedra.

- Sim, mas não é para você! – Alzira colocou a pedra novamente na caixa e a guardou. – Vamos jantar seu menino enxerido. – Pegando-o pelo braço e o arrastando até a cozinha.

Gheb, quase nem comia, pensando na pedra, quando ouviram um barulho no telhado, como algo que tivesse caído. Alzira logo gritou – Que foi isso?

- Não sei – respondeu o menino.

- Vá verificar! Se forem aqueles pirralhos da rua, eu os mato.

Gheb se levantou e foi olhar pela janela, abriu as cortinas e avistou vários meninos, em sentido de paredão, cercando a casa. Ele deu um passo para trás e gritou a Dona.

- V-Vó, vem ver uma coisa.

- O que é menino? – Gritou a senhora da cozinha. Quando Gheb percebeu que ela não iria, correu para a cozinha se escondendo de baixo da mesa.

De repente outra pedra atingiu o telhado e em questão de segundos, outra, depois outra e virou uma chuva de pedras na casa, umas quebraram o telhado caindo dentro da casa. Gheb gritando e chorando, porque nunca vira uma coisa dessas.

Para onde olhava, caiu uma pedra que derrubou um pedaço do telhado e assimilou com a que avó olhava no quarto.

- Vão embora – Gritava a Alzira – Vão embora seus Gnomos medíocres.

Gheb ouviu aquilo e saiu de baixo da mesa, esta ação fez com que a chuva de pedras parasse.

Com aquele brilho de cristais na casa, o garotinho ficou deslumbrado, olhara e pegara uma por uma, até que se deparou com um velho que tinha seu tamanho, com o tom de pele morena, mas com a tonalidade clara, seus olhos eram verdes e os cabelos prateados. Ele, meio confuso, perguntou:

- Q-Quem é-é v-você?

- Boa noite Gheb - Gheb, escutando aquilo, notou que talvez esta espécie, que não conhece, deve estar o confundindo com alguém. Mas ficava ainda uma dúvida, como sabiam seu nome?

- Como sabe o meu nome?

- Gheb.

- Isso – espantado, mas não amedrontado

- Espero que não ligue – Retirou do bolso um cristal lapidado – Mas trouxemos um presente para você. – Entregando – o para o garoto.

- Ademira, nem para fazer um cafezinho para nós, Gnomos.

- Caiam fora daqui! – Alzira erguendo a sua varinha e a apontando ao Gnomo.

- Pare com isso. Você sabe que não tem poderes de nada. Você foi expulsa da escola das bruxas desde quando era pequena.

Gheb, com os olhos esbugalhados, ficou sem reação ao escutar e presenciar tudo aquilo.

- Vocês não vão o levar – Correu até o lado do garoto o segurando.

- Não faça as coisas ficarem desagradáveis para você. – O gnomo andando pela casa e parou em frente do menino.

- Desculpe. Não me apresentei. Sou Ghamb, protetor dos Gnomos em Litarra.

- Litarra? O que é isto? O que está acontecendo? Minha avó é bruxa?

- Pare com isso Gheb. Não é hora de fazer tantas perguntas. Sua avó morreu há algum tempo e como sabíamos que sua mãe, também, faleceria, enviamos Ademira para cuidar de você até seus 10 anos.

- Mas, por quê?

- Calma Gheb. – O Ghamb chamando outro Gnomo para dar um gorro vermelho – Use isso. – Gheb, olhou espantado ao que estava acontecendo, pegou o gorro e inseriu na cabeça, a partir daí, sentiu seu coro cabeludo arder.

- Aaaaahhh! – Gritava Gheb

O gorro fez com que o cabelo do menino ficasse prateado, além de embaçar os olhos do garoto para que ao final ficassem azuis.

- Demorou, mas agora é sua hora Gheb. Siga-nos. - O Ghamb e os outros foram até o jardim da casa e Gheb os seguiu com muita convicção e cautela.

- Peguem o gorro de vocês. – Gritou Ghamb à frente dos Gnomos. – E digam: LITARRAGNOMIDA – Assim, todos gritaram e em questão de segundos Gheb caiu em uma cidade escura e com muitas pessoas estranhas.

- Levante Gheb! – Ghamb gritou de dentro de uma casa. – Vamos conhecer Litarra.

Ghamb mostrou todos os detalhes a Gheb. Ao passearem muitos olhavam Gheb com satisfação e muita esperança. Os cochichos vinham de todas as partes “olha é Gheb!” – “não acredito, Gheb está aqui”.

Muito confuso Gheb resolveu abrir o que estava sentindo a Ghamb.

- Por que estas pessoas me olham deste jeito? – Gheb soando nos ouvidos de Ghamb com medo de ser escutado por outros Gnomos. Ghamb respondeu rindo e olhando para todos.

- Não é todo ano ou toda hora que se encontra pela rua, Gheb, o príncipe de Gnomida.

- O quê? – Gheb muito espantado – V-Você está me d-dizendo que eu sou um príncipe.

- Sim, agora se sossegue, porque você saberá de tudo, assim que chegar à escola de Gnomida.

- Nossa! Aqui tem escola? Que legal, adoro estudar.

- Agora pare de me amolar e vamos ao banco resgatar o que é seu por direito.

- Banco? – Mais uma vez Gheb assustado.

- Sim, como você acha que compraremos sua lista de material escolar? Aqui temos. – Lendo um papel que está na mão - Um pentáculo; um gorro vermelho e dourado; um livro de magia de Gnomos; uma muda de árvore; algumas sementes de plantas; pá; balde e enxada.

- Para que tudo isso? – Gheb espantado pela lista que terá de comprar. – Mas eu não tenho dinheiro. – Ghamb novamente riu.

- Já disse que pegaremos ouro no banco e compraremos o que precisa.

Gheb deslumbrado pela cidade onde estava olhava para todos os cantos, sem perder nenhum detalhe. Sempre curioso com as coisas que vira por ali.

Lojas pequenas, lojas grandes, mercearias e até mesmo shopping. Ao passar por uma das lojas viu vários garotos observarem uma vitrine que havia um cristal. Eles diziam “é a última versão da pedra”.

Ghamb e Gheb chegaram a um lugar, que na Gnomida, o prédio era o mais alto. O que espantara era ver aqueles homens e mulheres do mesmo tamanho que o dele.

Ao entrar ao banco, Gheb foi barrado na porta de segurança, mas o guarda rapidamente destravou, pois identificou o garoto. Ao fazer isso, o segurança foi até o encontro dele e o ajudou a passar pela trava.

- Gheb, que prazer em conhecê-lo – Disse o segurança.

- Você me conhece? – Gheb muito curioso em saber, assim poderia dar resposta sobre ele.

- Quem não o conhece, Gheb? Entre. - O guarda foi buscar um café para oferecê-lo enquanto aguardava. O olhar de Gheb mostrava todo o fascino, pois o banco era decorado e feito em mármore. Além de ver mais de cem duendes atenderem sem qualquer cansaço ou brabeza.

Todos com barbas e pequeninos, com picaretas miniaturas lapidando pedras preciosas e cristais. Gheb olhava de cima para baixo, de um lado para o outro, quando sentiu um flash atravessar seus pensamentos e praticamente o segar.

- Gheb corra para os fundos! – Gritou Ghamb do balcão. – Por favor, ajudem Gheb. – Os seguranças do banco pegaram Gheb pelas mãos e o levaram para os fundos. Uma correria fez com que muitos gnomos e duendes assustados saíssem do banco.

Gheb, com suas pernas trêmulas, ainda sem saber o que acontecera, sentou um pouco no banquinho perto de um trilho, que ficava atrás do banco, um lugar escuro e restrito que só tinham acesso os seguranças e funcionários do banco. Mais parecia uma caverna cheia de escavações, por onde olhava o brilho das pedras cegavam e embaçavam as vistas.











CAPÍTULO 2 – DESCOBRINDO LITARRA

- Precisamos sair daqui! – Disse Ghamb para os duendes e olhando para Gheb.

- O que foi aquilo? Por que aconteceu isso? – Gheb assustado se movimentando para alcançar Ghamb.

- Descobriram que você está em Gnomida. Precisamos o levar para a escola rapidamente.

Ouviu-se um barulho vindo do fundo da caverna, junto com uma luz. Era um vagão de madeira maciça que transcorriam pelos acessos centrais e internos do banco. Ele parou. Ghamb, um duende e Gheb entraram e a porta se fechou.

Ninguém o controlava, em fração de segundos o vagão chegou a cem quilômetros por hora, derrubando a todos que estava por ali, principalmente Gheb.

Após alguns minutos, o instrumento locomotivo parou em frente a um cofre enorme. Nele, havia uma placa identificando GHOB.

- Chegamos – Disse o Duende. Com a voz baixa sussurrou perto de um vidro que estava preso à porta do cofre – Ghob, guerreiro Gnomida. A porta imediatamente se abriu e Ghamb pegou um pentáculo que estava dentro, além de algumas moedas de ouro.

- Gheb, aqui está o seu presente dado por Ghob, o rei dos Gnomos e de toda a Gnomida. Guarde bem. Na escola, aprenderá a usá-lo. Este foi usado pelo seu pai.

- Nossa! – Gheb espantado com o pentáculo, pois o cabo esverdeado trazia um brilho de uma estrela, além dos detalhes dourados que existia em volta.

- Agora vamos. – Disse o duende interrompendo o momento de degustação do garoto. O vagão sacudiu novamente e mais uma vez, todos caíram.

Ao chegar, Ghamb exclama:

- Droga! Eu sempre caio. Mais de duzentos anos andando nisso e ainda não aprendi.

Mas o problema não era andar de bondinho, era levar Gheb com segurança a escola de Gnomida. Os três foram até a entrada e notaram que do lado de fora uma multidão os esperavam. Ghamb resolveu sair pelos fundos.

Feito isso, os dois puderam comprar os últimos itens na lista de materiais. Ao sair da loja de magia, um vento começou a atravessar Gnomida, atingindo seus cento e vinte quilômetros por hora. Devastando tudo que há na frente.

- Gheb, por aqui! – Ghamb o levou para dentro da loja de magia branca.

- O-O q-que i-i-isso? – Gheb aterrorizado pergunta com a voz quebrada.

- São os Silfos. Eles sabem que você está aqui. Tenho de levá-lo o mais urgente possível para a escola.

- Mas eles não me encontrarão lá?

- Não, pois aqui em Litarra nós temos um acordo, ninguém invade escola. Ela é sagrada, porque somente ela detém o conhecimento obtido e doado pelos seres.

- Quem dera onde eu estudava, todos pensassem assim.

- Certo. O ser humano é a única raça que desvaloriza a Educação, por isso que o planeta está assim. – Ghamb, com os olhares firmes na vitrine com o intuito de verificar se a ventania passou, foi até a porta da loja. Ao chegar, percebeu que o vento diminuiu e que todos os Gnomos estavam apavorados.

- V-Você é o G-Gheb? – Disse encorajadamente o gnomo atendente do balcão. – ESTAMOS SALVOS, GHOB É FIEL. – O gnomo abraçou Gheb com tanta força que o gorro chegou a cair de sua cabeça.

- Psiu! – Disse o Ghamb – Se continuares a gritar, ele poderá ser achado e todas as nossas esperanças jogadas aos Silfos.

- Desculpe, mas não é todo dia que aparece Gheb em meu estabelecimento. Tome – Pegou uma muda de orquídea e deu a Gheb – Leve isto para a escola, vai precisar. – O menino sem saber o que fazer, olhou para seu amigo Ghamb e o mesmo balançou a cabeça no sentido de que aceite o presente.

- Obrigado.

- Por favor, você tem um gorrofone? – Perguntou Ghamb, ainda de olho na vitrine.

- Sim, mas está sem ouro.

- E agora? Como vou ligar para Golbe.

- Você conhece o Golbe? – Espantado, mais uma vez, o Gnomo.

- Claro que sim.

- Eu sou fã dele. Coleciono todas as figurinhas que saem deste Gnomo. Eu queria ter a sabedoria dele...

- Pare de falar – Interrompeu Ghamb – Você pode ficar com Gheb para mim, porque eu vou sair e achar um gorrofone para falar com Golbe.

- Tudo bem.

Ghamb foi a busca de um gorrofone e Gheb ficou a observar a loja. O gnomo atendente não tirava o olho do garoto, mesmo sabendo que o menino não estava gostando da idéia.

- Quem sou eu? – Perguntou Gheb ao atendente.

- Você não sabe?

- Claro que não.

- Você é um gnomo especial em Gnomida. Mas, tome cuidado, porque tem muita gente querendo você.

- PARE DE COLOCAR CARAMINHOLAS NA CABEÇA DE GHEB – Gritou da porta Ghamb.

- Calma, só estava conversando.

- Sei. – Pegando as coisas de Gheb – Vamos, agora podemos ir. –

Gheb com seu pentáculo e sua orquídea na mão, seguiu Ghamb.

Os dois andaram muito até chegar ao extremo da cidade, é ali o ponto de partida para a escola de Gnomida.

No ponto, muitos Gnomos esperavam o trem. Gheb já fez alguns comentários para fazer amizades.

Conversando sobre as expectativas da escola, Gheb avista um gnomo com o cabelo marrom, bochechas rosadas e uma roupa preta.

- Quem é? – Cochichou Gheb aos ouvidos de Ghamb.

- São os Goblins. Alguns deles freqüentam a escola. Ordem do ministério dos Gnomos.

- O que é isso?

- Calma Gheb. Você irá aprender tudo isso.

Gheb riu e assustado com a aparência de um Goblin, recuou e grudou em Ghamb.

Os goblins são gnomos maléficos que sempre querem levar a melhor em tudo que fazem. Por causa de Ghob, quando era ministro da Terra, mandou um projeto de lei que destinava 10% de bolsas a gnomos goblins, pois acreditava que na escola poderiam mudar o modo de viver e ver a vida em Gnomida.

Enquanto esperavam ouviram um Gnomo passar com um jornal na mão gritando:

- EXTRA, EXTRA, EXTRA: Silfos aterrorizam as ondinas e provocam maremotos perto da Índia. – Gheb olha para Ghamb e com a voz baixa pergunta:

- Quem são ondinas? – Ghamb amedrontado pelos fatos acontecidos em todo o mundo. Ghamb para não responder nada chamou o gnomo que vendia o jornal e comprou. Deu a Gheb.

- Leia e tirará suas conclusões.

Gheb olhando para a primeira página verifica que ondinas são sereias, ou se parecem e começou a ler a manchete principal.





MINISTÉRIO DA ÁGUA DECLARA GUERRA AO MINISTÉRIO DO AR

Com os ataques seqüenciais ao mundo da água, O MINISTÉRIO DAS ONDINAS DECLAROU GUERRA AO MUNDO DO AR, nos últimos ataques milhares de sereias e ondinas ficaram feridas e muitas delas morreram...

Gheb nem terminou de ler a reportagem, porque dentro de si fermentava de raiva e ódio dos Silfos, que neste dia também atacou a Gnomida. Seu pensamento era o porquê disso tudo. Qual era a real intenção dos Silfos em atacar os demais elementais.

Gheb ficou tão entretido e pensativo na leitura, que nem notou que Ghamb desapareceu. Ele estava só, com gnomos que nunca viu.

Aos poucos, a estação ficou cheia de gnomos que irão até a escola mais famosa e cobiçada por qualquer estudante. O sonho de estudar lá era para todos, mas o conseguir era apenas para alguns.

Gheb olhou para todos com a cabeça baixa e o olhar rasteiro e seus ouvidos interceptou uma conversa com uma família que ali esperara o transporte.

- Mãe, se cuida, por favor.

- Claro meu gnominho. Eu vou me cuidar. Apesar da guerra dos elementais, eu ficarei bem.

O trem se aproxima. Barulhos fortes dos trilhos e uma movimentação geral abafam o ar na estação que levará direto a escola gnomida. Todos se despedem de seus familiares, ficarão longe em torno de 366 dias, pois o ano letivo da escola, para alunos de primeiro ano, é de um ano e um dia.

A máquina movida a ar, para não afetar o meio ambiente, para na estação principal. Todos muito ansiosos entram no transporte desesperadamente e Gheb continua por ali.

Ao entrarem, todos têm de mostrar o passaporte que autentica a ida para a escola. Gheb viu do lado, um gnomo abrir a carteirinha, olhou firmemente para procurar em suas coisas uma parecida.

Chacoalha toda a sacola e dentro da bolsa de livros encontra uma carteirinha com sua foto, nela estava escrita:

“GHEB GNOMO – FILHO DO REI GHOB E DA RAINHA MABI”.

Sentiu uma sensação de curiosidade de conhecer seus pais, mas sabe que é impossível.

Entrou na fila e quando se aproximou do gnomo segurança do trem, mostrou-lhe a carteirinha. Quando leu, o gnomo ficou surpreso e gritou:

- Você é o Gheb? – Todos, que esperavam à hora de entrar, pararam e fixamente olharam para o garoto. O silêncio e a emoção tomaram conta da estação. Após alguns minutos de apreciação, a conversa voltou a abafar o ambiente e o assunto era Gheb.

Gheb entrou no trem e olhando para os vagões viu que tudo foi feito em mármore, desde os bancos até o corrimão.

Por dentro, era tudo bem limpo e admirável, e caminhando, encontrou uma porta com a placa escrita da seguinte maneira.



As placas, banhadas a ouro e com detalhes lapidadas de cristais, mostravam o nome de quem viajará na cabine.

Gheb não entendeu o que estava escrito e resolveu esperar quem passasse por ali para lhe explicar. Ficou muito tempo parado, não viu ninguém no vagão. Achou estranho, pois aquela multidão que estava para entrar não estava mais do lado de fora e muito menos do lado de dentro.

Depois de umas duas horas em pé, olhando para a placa e para a porta passou um agente do trem, que verificava se todos estavam acomodados corretamente para a partida do trem.

- Por que não entrou na cabine ainda senhor? – O agente apontando a mão para a cabine e olhando para o Gheb.

- Esta é minha cabine? – Gheb ainda curioso e espantado por isso.

- Claro que sim – Olhou para a placa e disse em bom tom – Na placa está escrito Gheb, é você?

- Sim, sou eu, mas em que está escrito aí? Em que língua?

- Já vi que você não sabe rúnico.

- Rúnico? O que isso?

- Rúnica é a língua usada em Litarra, mas são pedras inscritas com letras de um alfabeto antigo, o qual foi desenvolvido na Escandinávia. As letras pertencem à família das línguas germânicas, mas também tem referências em latim e grego.

- Uau! – Gheb pasmado pela sabedoria do agente.

- E onde vou aprender a escrever em rúnico?

- Na escola. Agora entre porque vamos partir. – Gheb abriu a porta da cabine e viu que há uma cama, um sofá e um espelho, todos moldados em mármore. O menino ficou deslumbrado com o quarto e estreou o sofá.

O trem apita e chacoalha. E aos poucos Gheb sentiu sair do lugar. Com os olhos firmes nos vidros que transpassam a visibilidade do lado de fora, o garoto vai observando toda a cidade de Gnomida. Olhou alguns gnomos cuidando da terra, plantando árvores, outros comprando e passeando e muitos jogando restos de alimentos e lixo nas ruas e na natureza.

Gheb ficou horrorizado em ver aqueles gnomos poluindo a terra. Fechou os olhos e adormeceu.

Acordou no susto, pois sentiu um tranco dado pelo trem. Sua cabeça quase se desgrudara do corpo com o impacto.

Ouvia-se muito barulho e logo Gheb se levantou para verificar o que acontecera. Foi até a porta e viu muita gente gritando socorro.

Gheb voltou à cabine e encostou à porta, quando sentou, sua porta se abriu e uma gnomida apareceu em sua frente perguntando se estava bem.

- Claro que sim. Por quê? – Gheb sendo rude – Quem é você?





















CAPÍTULO 3 – DESCOBRINDO SOBRE GNOMIDA

- Eu sou a Maisy – Ela sentando à frente de Gheb – E você é Gheb? Certo?

Com um olhar surpreso, Gheb confirmou seu Nome apenas com um gesto de cabeça, no sentindo de sim.

- Sabe o que aconteceu?

- Não. – Chacoalhando a cabeça no sentido de negação.

- O trem teve de parar, porque está acontecendo queimadas em toda a floresta. – Maisy com as mãos girou a cabeça de Gheb para o vidro e mostrou o fogo queimando árvores e matas – O comentário no trem é que as salamandras fizeram isso de propósito para que parássemos e eles pegariam você.

Gheb desencostou do encosto do sofá rapidamente.

- Eu?

- Sim, você.

- Mas por quê?

- Sabia que não saberia. Você é Gheb, filho de Ghob. Todos o procuram há dez anos. Está em todos os livros de Gnomos e elementais. Todos acreditam em sua volta.

Gheb sem saber o que pensar, levantou e andou de um lado para o outro.

- Eu nunca pensei que estaria ou conheceria o Gheb. AAAA! Que legal. – Maisy gritando o tempo todo.

- E agora?

- Agora fiquemos aqui, porque ninguém pode entrar em local onde há apenas estudantes. Como aqui só tem isso, estamos a salvo.

- Como sabe de tudo isso? – Gheb atordoado.

- Lendo. Você comprou livros de magia e gnomos?

- Sim, está aqui? – Gheb pegou a bolsa e pegou o livro de Gnomos.

- Abra a página 110 – Maisy tentando mostrar conhecimento a Gheb. Ele abriu e foi até a página combinada.

DESCUBRA OS PODERES DOS ELEMENTAIS, este era o título do aprendizado. Gheb começou a passar os olhos para adquirir mais conhecimento.

Elementais são energias espirituais que habitam os elementos da natureza:

Terra – Gnomos

Água – Ondinas

Fogo – Salamandras

Ar – Silfos

Gheb parou de ler e investiu em uma pergunta que está em sua mente desde quando leu o jornal.

- Por que os Silfos estão atacando as Ondinas e nós?

- De acordo com o jornal, Gnomos do Amanhã, quando seu pai morreu, que foi há uns dez anos atrás, o Itê, um mago de Litarra quebrou o PENTAGRAMA...

- O que é isso? – Interrompeu Gheb.

- Afi. Tenho de explicar até isso. Pentagrama – abrindo o livro para mostrar a imagem do objeto – É esta estrela de cinco pontas, cada ponta significa um elemento, por exemplo, o nosso é este – apontando com o dedo - o amarelo, indica a terra. O vermelho, o fogo. O azul, a água. E o branco, o ar. Este último é o éter, que chamamos de espírito.

- Você está indo fazer o que na escola? Já sabe tudo.

- É, eu sei, mas preciso do certificado escolar.

Gheb começou a detestar Maisy pelo seu conhecimento exagerado.

- Mas você ainda não me falou destes ataques.

- Você me interrompeu. Este pentagrama foi quebrado e separou os elementais. Agora todos atacam todos. Até que não sobre ninguém, para, enfim, Itê dominar a natureza.

- Mas os elementais não estão vendo que isso acabará com o mundo?

- Não. Se não juntarem, novamente, os elementos dentro deste pentagrama. Nós iremos morrer.

- E o que eu tenho haver com esta história? – Gheb tentando se situar no mundo de Litarra.

- Itê queria o filho de Ghob, mas alguém o levou para longe. Ninguém sabe para onde. Daí o Itê, como não conseguiu o achar, jogou uma maldição na Gnomida, isto é, nos Gnomos.

- Maldição? – Gheb ficou assustado com toda aquela descoberta.

- Sim, se passados dez anos e não juntarem os elementais ou quebrarem a maldição, nós seremos os primeiros a serem devastados de Litarra.

- Você quer dizer que os Gnomos não existirão mais?

- É isso mesmo. O prazo vence este ano. Por isso que tudo está girando em torno da terra. Quer uma prova. Você que vivia no meio dos humanos, não ouviu falar em terremotos, maremotos e tremores.

- Sim.

- Então, é porque a terra está sendo massacrada por todos.

- Mas como quebrar a maldição?

- Não sei, a única coisa que eu sei, é você a única pessoa que poderá fazer isso. Itê não quer, como já se alastrou que você está em Litarra, todos querem você.

Gheb se recolheu no sofá e com os olhos amedrontados abaixou a cabeça.

O trem começou a andar novamente, pois o fogo foi controlado pelos Gnomos e Ondinas. Eles, Maisy e Gheb, ficaram no mesmo sofá e juntos, como quem iria proteger um ao outro.

Gheb ficou tão alucinado com todas aquelas informações que nem viu como foi controlado o fogo, mas esta era a intenção de Maisy, porque se não ele teria ido até o acontecido.

Os dois permanecem calados, ninguém fala com os fonemas, mas fala com os gestos. Gheb ainda precisa de um tempo para digerir tudo.

- Vou voltar a minha cabine. – Disse Maisy em bom tom.

- Por quê? – Gheb confuso perante a decisão da gnomida.

- Aqui está muito chato. Você não fala nada.

- Falar o que? Quem detém todo o conhecimento do mundo de Litarra é você, não eu.

- Mas não tem só este assunto para falarmos.

- Não?

- Não. – Maisy com os dedos nos lábios tenta capturar uma idéia em sua mente para que possam se divertir durante a viagem. – Já sei. Vou lhe mostrar meu álbum de figurinhas da escola de Gnomida.

- Álbum de figurinhas? – Gheb nunca imaginara que uma escola poderia ter um álbum de figurinhas.

- Sim. – Abriu a bolsa e tirou um álbum que na sua capa era escrito em rúnico que traduzindo daria “OS MELHORES DA ESCOLA DE GNOMIDA. – Aproveito para lhe apresentar os professores.

- Certo.

Abrindo a primeira página, Maisy apontou algumas figuras vivas, pois todos que estão no álbum se mexem para poses nas fotos, como se fossem o último momento antes do flash.

-Aqui é o Morag.

- Morag?

- Sim, Morag, ele nos ensina a amar a natureza acima de todas as coisas. Ele é o professor da disciplina de Natureza viva. Será com ele que nós aprenderemos a admirar os Gnomos e a natureza, principalmente a terra. – Gheb presta atenção em tudo e tenta gravar com êxito os nomes dos professores. – Agora aqui – apontando para outra figura – é o Gnoa, ele é o professor de criatividade. Nestas aulas, você aprenderá ter criatividade para decorar seu jardim, casa e sua árvore.

- Árvore? Como assim árvore? – Gheb olhando para Maisy.

- Gheb, todo gnomo quando nasce é plantada uma nova árvore, todos têm. Você não conhece a sua árvore?

Gheb gesticula a cabeça dizendo que não, mas abrindo o sorriso como quem quer conhecer.

- A cada ano que fazemos, voltamos à árvore e deixamos uma nova mensagem em rúnico.

- Nossa! Que legal.

- Quando chegarmos lá, vamos achar tua árvore.

- Maisy – levantando – você já foi para a escola?

- Não, este é o meu primeiro ano.

Gheb olhando para a paisagem pelo vidro do trem se abre e diz o que está sentindo – Eu estou com muito medo.

- Relaxa. O ruim da escola é só as provas.

- Você conhece tudo, eu não. – Gheb com muito medo e com anseios de conhecer o novo mundo, mas não sabe como será.

- Calma Gheb – Maisy o abraçando – Tudo ficará bem. Se você for do meu grupo, eu te ajudarei.

- Por quê? Tem essa também?

- Sim – Maisy andando pela cabine – Tem os Barcallads, os hobgoblins, os Orcs e a melhor é a que eu quero ficar, é os Gnomiz.

- Gnomiz? Que nome esquisito, isso rima com demônio.

- Gheb, você também precisará ficar neste grupo, porque os outros são aqueles gnomos rancorosos, malvados, egoístas e entre os mais.

- Como eu faço para ficar com você? – Gheb animado para tomar seu partido.

- Não é fácil, porque não somos nós que escolhemos, é a pedra cristalizada.

- Nossa! Mas são muitos nomes, muita coisa. Eu estou ficando tonto.

- Deixa para lá, você verá.

- Vamos terminar o álbum. – Os dois sentaram no sofá e continuaram a olhar e Gheb, conhecer os professores Gnomos.

Nem notaram, mas já estavam quase chegando, só notaram que escureceu, porque as luzes do trem acenderam.

Maisy olhou pela janela e aflita começa a arrumar as coisas.

- Vamos Gheb. Está na hora de partir. Estamos quase chegando.

- Gheb curioso olhou pela janela e viu um grande castelo, com várias luzes acesas e notou que o trem está começando a ficar em baixo da escola. Quando perceberam estavam entrando nela, mas na última linha. A porta se abriu e todos começaram a descer em disparada.

Ao sair do vagão, Gheb ouviu uma Gnomida gritar na frente da estação “ALUNOS DO PRIMEIRO ANO, POR AQUI!”

Gheb ajeitou a bagagem e foi sentido à professora, quando foi esbarrado por outro gnomo.

 
 
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